Embora causem muitas dúvidas, a intolerância à lactose e alergia à proteína do leite são problemas bem diferentes. No caso da primeira, ocorre uma deficiência da enzima responsável pela digestão do açúcar que conhecemos como lactose, causando uma irritação no intestino. Já nos alérgicos, o sistema imunológico entende a proteína do leite como um corpo estranho e a ataca, gerando muitos sintomas e afetando vários órgãos. A Samanta nos contou um pouco sobre a rotina de quem precisa diariamente lidar com a impossibilidade de consumir produtos derivados do leite de vaca. Confira a entrevista:

Nome: Samanta Griller Pinto
Idade: 26 anos
Profissão: Enfermeira
 


1- Quando você foi diagnosticado com a doença?

Fui diagnosticada em abril de 2019, quando iniciei com urticária pelo corpo e suor nas mãos, um processo alérgico da proteína do leite.


2- Como foi a sua adaptação?

Na verdade, sigo em adaptação, eu gostava muito de tomar leite e a substituição dele por outros tipos de leite para mim foi bem difícil, até hoje não encontrei nenhum que eu gostasse, então acabei deixando de tomar leite. Tem alguns alimentos, como pães, que evito comer, pois mesmo os alimentos que dizem ser zero lactose, ou que eu tome a enzima, acabam me fazendo mal. Então, ainda sigo em adaptação.


3- Com quais os sintomas você mais sofre/sofria?

Meus sintomas são bem relativos e dependem muito do que eu como. Em qualquer alimento que tenha lactose fico sempre “estufada” e com dores fortes abdominais e também, em alguns casos, apresento quadros de diarreia e/ou urticária pelo corpo.


4- Quais as maiores dificuldades você encontra na sua rotina?

Ainda o que sinto dificuldade na minha rotina, é de adaptar os alimentos mesmo. Porque tive que mudar totalmente meus hábitos alimentares. E percebo muita diferença no dia quando não como algo que tenha lactose.


5-Você encontra alimentos de que necessita com facilidade?

Não encontro com facilidade alimentos que não contenha lactose e também normalmente são produtos/alimentos mais caros e não tão saborosos. Até mesmo porque, alimentos que diz ser zero lactose ainda assim, acabam me fazendo mal, diferentemente de produtos que realmente não tem lactose. Porque muitas vezes produtos que dizem ser zero lactose, são produtos que já possuem a enzima junto, mas muitas vezes não é eficaz, é diferente de eliminar totalmente produtos que não tenha nada de lactose.


6- O quanto você diria que a doença interfere no seu cotidiano?

Eu diria que interfere diretamente e muito, porque acabo sempre tendo que pensar no que vou comer, verificar se tem lactose ou não, etc.


7- Você se sente acolhido quando vai a um restaurante?

Não, até hoje não fui em nenhum restaurante que pensasse em pessoas intolerantes a lactose, uma pizzaria, por exemplo, não tem opção em Porto Alegre, é bem complicado comer na rua, pensando pela lactose, acabo sempre tomando enzima, o que não resolve 100%.


8- Você encontra dificuldades ao sair com seus amigos, devido à restrição?

Sim, porque não conheço muitas pessoas não intolerantes à lactose, e por acabar também não tendo muitas opções de restaurantes, acabo indo onde acaba sendo mais cômodo.


9- Você tem segurança ao comer alimentos fora de casa?

Não, pois algumas vezes mesmo com a enzima, passo mal, então me sinto desconfortável, às vezes, de comer fora de casa e passar mal.


10- Você já sofreu alguma reação ao comer algum alimento que supostamente não possuía lactose?

Que me lembre, não.